O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), compareceu fardado para seu depoimento na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que investiga os atos do 8 de Janeiro. Ele foi ouvido no colegiado tanto na condição de testemunha quanto na de investigado. Por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal). Sérgio Lima/Poder360 11.jul.2023
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou a interlocutores que nunca participou de qualquer ação golpista. Essa declaração ocorre em meio a investigações conduzidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que o acusam de envolvimento em uma suposta rede destinada a minar o processo democrático no país.
Segundo a PGR, Cid teria fornecido informações para manter ativa essa rede golpista, atuando como um canal de comunicação entre o ex-presidente e outros envolvidos. Em nota, a defesa de Cid classificou a denúncia da PGR como injusta, enfatizando que ele jamais participou de qualquer articulação para um golpe de Estado. Os advogados destacaram que as acusações carecem de fundamentação sólida e que Cid sempre atuou dentro dos limites legais e constitucionais.
Paralelamente, o senador Flávio Bolsonaro criticou a atuação da PGR, acusando-a de agir de forma imoral ao denunciar seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, por tentativa de golpe. Flávio argumentou que as acusações são infundadas e que há uma perseguição política em curso contra sua família e aliados.
Em delação premiada homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), Cid afirmou que Bolsonaro se reuniu com os comandantes das três Forças Armadas para discutir a possibilidade de um golpe de Estado. Segundo Cid, uma minuta teria sido preparada por assessores do ex-presidente com o objetivo de impedir a transição de governo. No entanto, Cid ressaltou que, apesar das discussões, o plano não foi adiante devido à falta de consenso entre os comandantes militares.