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Toda relação política tende necessariamente em ter um final, por mais que seja forte, capaz de ultrapassar problemas e até mesmo que seja duradoura, quando o velho ditado sugere aos membros partidários, que a luz da verdade, que a relação seja eterna enquanto dure.
Em Toritama os sinais do final de uma relação como esta, estava previsto para acontecer hora ou outra. Se buscarmos na memória e na história veremos que poucos políticos na cidade foram tão fiéis uns aos outros, como a recente aliança entre Edilson Tavares e seu vice Romero Filho.
Embora estes tenham dividido palanques desde 2016, quando da campanha eleitoral que conseguiram êxito, além de lançamentos de obras, inaugurações e festas particulares e públicas. A relação sempre foi muito boa e próxima, ou ao menos foi o que demostraram até aqui.
Diferente dos últimos vices, que nunca conseguiram concluir um só mandato junto dos seus prefeitos, Edilson conseguiu a marca de se reeleger e levar consigo o seu vice, embora este nunca tenha sido grande fiel da balança nas duas disputas, haja visto a sua inesperiência política e relação com o município toritamense.
Os últimos episódios sugerem que esta aliança está chegando ao fim. Primeiro o fato de Romero Filho usar sempre suas falas para deixar claro que deve ser candidato a prefeitura de Toritama, como sucessor de Edilson, numa marcação de território, uma vez que aliados do governo não acreditam no apoio do atual gestor para o seu vice.
Um outro ponto, a divisão natural pela escolha dos candidatos que ambos vão apoiar na disputa de outubro, não teria nenhum problema, desde que um não atingisse o outro na tentativa de angariar votos. Recentemente na inauguração do comitê de seus candidatos, o vice estava num palanque repleto de membros da oposição a seu próprio governo, e viu um discurso rispido do Ex-Ministro e candidato à deputado federal Mendonça Filho, detonar o seu parceiro e prefeito.
O episódio sucedeu os vários comentários nos corredores do centro administrativo, sede do governo municipal. Muitos acreditavam que esse seria o estopim. Mas a relação arranhada ainda deu espaço para um palanque de sete de setembro, onde mal se falaram e sentaram em uma distância considerável para quem é parceiro. Dizem até que não sobrou espaço para o vice entregar um troféu sequer de participação aos representantes das escolas. Antes disso, o vice e seu pai, prefeito da vizinha Vertentes, estiveram em uma emissora da cidade para confrontar uma live feita por apoiadores do prefeito em resposta ao episódio do comitê, na última semana, numa tentativa de intimidação.
A entrevista que se esperava o anúncio desse rompimento, meio que pareceu outra coisa, algo do tipo, bater o pé e dizer “estamos aqui”, mas sem dizer coisa com coisa. Parece ter faltado coragem de romper naquele momento. Não sabemos se por receio das consequências ou por não se sentir seguro a assumir a posição de oposicionista numa cidade que tem um governante muito aprovado, de um governo do qual ele faz parte e se orgulha disso. O vice ainda aparece inseguro, por precisar da presença de seu pai, principal espelho político.
A confirmação de que o rompimento vai além de falas maldosas, como fez questão de citar várias vezes o próprio vice em questão, pode agora ir além de meros boatos. O desligamento da diretora do hospital municipal, que é também segunda dama do município, pode enfim selar a posição de oposicionista de Romero Filho. Será que ele romperá a barreira do medo e confiará a sua meritocracia o desejo de ser candidato contra o seu parceiro até então? Como se portará agora o vice excluído. Um calo de Edilson por saber das fragilidades do prefeito, ou o incoerente que vai bater no governo que é o único cartão de visita dele na política local?
Por Jessé Aciole com colaboração do Informativo Toritamense.