Uma Câmara silenciada e um rádio desligado, o que nos resta é assistir o sofrível show dos manipulados e a miserável conjugação do verbo mentir.
- Tu mentes
- Nós mentimos
- Será que o povo acredita?
Já estamos a três meses e meio de uma nova legislatura iniciada na Capital do Jeans, o cenário de mudança de comportamento parece ter sido alterado, e muito quando comparado ao mandato passado que se encerrou em dezembro de 2020.
Uma Câmara com mais duas vozes femininas, novos integrantes de parlamento e até mesmo uma presidência modificada. Com a saída do recordista Arimatéa Carvalho da Casa, a mesa foi renovada para o comando de um jovem parlamentar que está apenas no segundo mandato, que passou por uma eleição conturbada e cheia de polêmica é fato, mas que prometia mudanças significativas. E de fato teve.
Se acreditar que o legislativo Toritamense estava cansado da forma arcaica de como estava sendo conduzido, é pensar que não poderia piorar, pois é, piorou ainda mais. O formato "Câmara manipulada" foi ativado, e está escancarado o que muitos já acreditavam. As circunstâncias levam a crer, que o executivo direciona totalmente como deve ser dado os passos do parlamento e da comunicação comandada pelos seus na cidade.
Desde que teve início a nova legislatura, as reuniões semanais não estão sendo transmitidas pelas emissoras de rádio da cidade. É necessário lembrar que esse é um evento costumeiro e que já faz parte da vida dos Toritamenses, que semanalmente acompanham as discussões do plenário através das ondas do rádio.
Após três meses, as informações dão conta que não acontecem as transmissões por falta de alinhamento entre a Presidência da Casa e a diretoria da rádio, e que o possível entrave seria os valores para a prestação dos serviços. Diante do exposto, vários parlamentares decidiram buscar informações da emissora para resolver a questão, mas ao que parece, o buraco é bem mais embaixo.
Dos 13 edis que hoje compõem a Casa, apenas 4 se recusaram a formar frente ao Presidente da Câmara para resolver o problema. Até um carro de som está circulando nas ruas com a informação que o Vereador Ferreirinha (MDB), ator principal da peça estaria se contrapondo as transmissões, e os vereadores ameaçam não retornar às reuniões se não houver transmissão. Um detalhe importante é que segundo os bastidores, a ordem que vem de cima, é do diretor do espetáculo, para que tanto o Presidente da Câmara quanto o Diretor da emissora (ambos ligados ao executivo), estejam em comum acordo de prestar o papel miserável de querer enganar o povo com a peça "O Pinóquio". Só faltou combinar com os oito pares que estão querendo as transmissões, e ainda mais com o povo, que já conhecem bem que Pinóquio é o rei da mentira na história do escritor italiano Carlo Collodi.
Na história local, temos um escritor que em tudo manda, temos Pinóquios, e temos alguns que se fingem para acreditar na história. Mas assim como o boneco que ganhou vida, antes de tudo ele era um manipulado de cordas, assim como muitos gostam de ser, mesmo tendo vida.
No espetáculo em cartaz, vamos seguir fingindo acreditar no roteiro ridículo e mal interpretado que foi montado para distrair o público sobre o que acontece nos bastidores do poder. Já que em tempos de pandemia e isolamento social, qualquer coisa serve de distração momentânea, até mesmo esses personagens desengonçados que foram enviados para o palco. É uma pena que as crianças de hoje já não leiam mais as aventuras de Pinóquio, pois se lessem, até mesmo elas saberiam interpretar o papel vergonhoso que está sendo prestado pelas nossas autoridades.
Por Jessé Aciole