O mais rejeitado, conivente com a gestão, sem propostas, querendo revogar leis, sustentado na máxima de votar para tirar o prefeito, eis os critérios para a pior escolha da oposição.
A cidade de Toritama caminhou para estas eleições da forma mais atípica de sua história. Desde 2017, ano em que Edilson Tavares (MDB) assumiu o município, a cidade ficou sem um bloco de oposição considerável, naquele momento, apenas o Vereador Birino se manteve fiel à oposição pela qual foi eleito.
Ao longo dos quatro anos de gestão, alguns episódios fatídicos aconteceram no meio político oposicionista. Com raiva da gestão por motivos pessoais, o Vereador Fofão, deixou a base governista assumindo papel bombástico do outro lado, mas suas falas relevantes na Câmara duraram pouco mais de duas sessões, o que mais pareceu um barril de pólvora molhada. Em 2018 o parlamentar decidiu por disputar uma vaga na Assembléia Legislativa de Pernambuco, obtendo uma margem considerável de votos no município, que segundo correligionários foram maiores do que a que o Prefeito deu aos vários deputados que apoiou.
Passado o espetáculo da divisão de votos, que para Toritama não serviu de nada mais uma vez, a oposição de Toritama seguiu da forma mais atrapalhada possível, enquanto o Prefeito inaugurava obras que há muito não eram realizadas, o outro lado, depois de muita peleja, em uma reunião com os principais nomes de oposição, ou que se achavam ser alguma coisa, foi possível reunir os ex-prefeitos, Flávio Lima, Odon Ferreira e Valter Souza e a ex-vice prefeita Lucinha Pereira, além de vários postulantes para o executivo, que tinha como destaque o nome de Diego Souza filho de Valter, com o pensamento de unir as bases em uma frente à Edilson Tavares. A reunião terminou com a oposição mais dividida do que antes da conversa, e muito disso se deve ao comportamento infame que os políticos de Toritama e o que restou de alguns deles tem, de sempre querer pra si o direito de disputar uma vaga ao cargo disputado. Era o prenúncio do fracasso anunciado em alto e bom som.
Depois disso, a oposição somou uma lista grande de pré-candidatos. Diego Souza, Irenilda Tavares, Adgelson Chagas, Lucinha Pereira, e outros querendo ser. E apesar das várias outras tentativas frustradas de união, nada parecia dar certo. Aí que entrou de última hora, faltando menos de um ano para as eleições, Arimatéa Carvalho, Presidente da Câmara, recém rompido com o atual prefeito, depois de ter aprovado tudo, participado do governo, elogiado o prefeito como se fosse um rei, eis que ele agora viu que o homem não prestava mais.
Após a desistência de Diego, e a pouco menos de seis meses para a disputa, surgiram Gerluce numa fusão com o grupo de Adgelson Chagas, Nelson Caetano assumiu a vaga da sua irmã Irenilda e Gerson Benedito. Mas no último momento para lançamentos, o Professor Andson Nunes, muitas vezes procurado para a disputa, resolveu entrar no jogo, e junto com Gerluce tornaram-se uma chapa. Dessa forma, estavam agora na disputa, Edilson Tavares, Arimatéa Carvalho, Andson Nunes, Nelson e Gerson, e dessa forma foram até o fim.
De todas as formas possíveis de composição dos nomes de oposição para a disputa, o egocentrismo dos que se acham donos da política de Toritama, entre eles ex-políticos, empresários e intelectuais políticos, resolveram apostar no pior nome da oposição para enfrentar o atual gestor. Quem disse que é o pior? As várias pesquisas que apontaram Arimatéa Carvalho como o mais rejeitado nome entre os postulantes. Era difícil entender que isso não daria em nada? Ou melhor, a conveniência de só apostar em uma coisa por interesses próprios fundamentaram a escolha patética que serviria de vergonha nas urnas.
A velha história de ganhar nas urnas com o voto de repúdio, o voto de pirraça, só serviu para mostrar que o povo agora tem um pensamento mais amplo sobre as situações que envolvem o município, e a velha máxima de "votar para tirar", não funciona mais. Difícil acreditar que a grande maioria do eleitorado iria se deixar levar por um candidato que tem 38 anos de vida pública e não conseguiu apresentar um plano de governo coerente, que não apresentou resultados dos seus trabalhos, que talvez não tenha, haja visto que sua vida foi pautada em defender como vereador, o prefeito que estivesse no mandato, difícil esconder a realidade. Era sem dúvidas a pior escolha, e as cabeças pensantes da oposição viram isso, quando lembraram da pouca rejeição que tinha Diego Souza à época candidato, ou de Andson Nunes com quase nada a desaprová-lo.
Como se já não parecesse ridículo, a vice escolhida pelo grupo, forçada a compor a chapa por indicação do marido, que não queria deixar de ser lembrado na história, foi para a disputa sub judice, por não estar filiada dentro do prazo. E o pior, as bases de oposição e muitas pessoas migraram de última hora para a ilusão da vitória de Arimatéa, que estava sustentada pelos partidários, através dos movimentos e barulhos nas ruas, pela verdade omitida ao povo, e por último, pela famosa e não mais importante pesquisa JB, que não saiu, evidenciando o que viria nas urnas. A pesquisa estava certa, e só não foi publicada porque quem alimentou no povo a esperança da virada, sabia da vergonha que iam passar, por terem mais uma vez apostado no pior nome, justamente pelo egoísmo de não querer ver a verdade que mais uma vez mostrou, que as vezes a política dá respostas bem duras em quem se acha dono dela.
Por Jessé Aciole