COMO ACREDITAR EM FATALIDADE?
A morte do Ministro Teori Zavascki nos convida à uma reflexão. 2017 tem nos mostrado um ano de dificuldades e tempestades, seja na Segurança Pública nacional, seja na crescente onda do desemprego, a crise fincaneira que assola a economia e os municípios e agora essa morte súbita do Relator da Lava Jato que estava trabalhando incansavelmente para punir os culpados.
As coincidências são variadas e a opinião pública é quase unânime em dizer que não há que se falar em fatalidade. Teorias conspiratórias á parte, acidente ou não, a verdade é que muitos desses desastres acontecidos na nossa História republicana ficaram e ficarão sem respostas. Foi assim com João Goulart, Juscelino, Tancredo, Marcos Freire, Ulysses, Eduardo. Por isso a ideia de refletirmos.
O Poder Judiciário brasileiro, ainda é umas das poucas instituições que preservam o respeito e a confiança de muitos brasileiros, apesar dos pesares cometidos e da corrupção institucionalizada de muitos magistrados e serventuários. Em quem acreditar? À quem recorrer? Se as poucas opções que nos restam são travadas por circusntâncias alheias ao nosso conhecimento, como a aposentadoria precoce do Ministro Joaquim Barbosa, que fez um papel brilhante na Ação Penal 470, o famoso mensalão e de repente "pediu pra sair".
O Brasil hoje é o país das incertezas. Não sabemos o que vai acontecer daqui para o Carnaval, e essa indefinição com os rumos do país tem nos dado um alto preço à ser pago. Teori cumpriu sua missão de forma grandiosa até aqui, e resta ao povo brasileiro preservar sua memória. Mas enquanto houver essa lembrança, poucos serão os que acreditam em fatalidade num país em que as incertezas e a injustiça predomina.
FILIPE LUCENA
Acadêmico de Direito, comentarista político e Secretário Municipal de Planejamento e Gestão de Toritama