Seca prolongada causa colapso na Barragem de Jucazinho.
A escassez de chuvas no Agreste pernambucano levou ao colapso a Barragem de Jucazinho, localizada no município de Surubim. O reservatório é o maior operado pela Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) com a capacidade de acumular 327 milhões de metros cúbicos de água. Hoje com 0,01 % não oferece mais condições de captação da água para abastecimento humano.
A Barragem de Jucazinho conseguiu operar até setembro 2016 graças ao planejamento rigoroso e à gestão do manancial adotados desde o início da sua operação em 2000. Um Centro de Controle Operacional (CCO) foi instalado em Caruaru para acompanhar, diariamente, as condições e a operação da barragem. Além disso, desde 2013, a vazão e a retirada de água de Jucazinho vêm sendo monitoradas por hidrólogos do Banco Mundial, dentro do programa Monitor de Secas, desenvolvido em áreas sujeitas aos efeitos da estiagem, como o Nordeste do Brasil e regiões dos Estados Unidos, México e Espanha.
Com a diminuição do nível da barragem e sem chuvas, a Compesa retirou em setembro de 2015 três cidades do Sistema Jucazinho: Caruaru, Bezerros e Gravatá, municípios que dispunham de outras fontes hídricas. Em novembro de 2015, a Compesa passou a explorar o volume morto da barragem, quando atingiu o seu pior índice desde a sua inauguração, chegando a 2,18% da sua capacidade total.
No mês de julho de 2016, mais uma cidade saiu do Sistema Jucazinho. Desta vez, foi Santa Cruz do Capibaribe, que passou a ser atendida pelo Sistema do Prata, o mesmo que atende Caruaru.
Das 11 cidades restantes, 10 delas serão atendidas exclusivamente por carros-pipa após o colapso de Jucazinho: Toritama, Vertentes, Vertente do Lério, Santa Maria do Cambucá, Casinhas, Passira, Cumaru, Riacho das Almas, Salgadinho e Frei Miguelinho. A cidade de Surubim, que também integra Jucazinho, será atendida por uma adutora de 30 quilômetros de extensão, a partir da Barragem de Pedra Fina, em Bom Jardim.
Do blog do Ney Lima.