Mutirão da Defensoria Pública analisa 703 processos no presídio de Caruaru.
O mutirão da Defensoria Pública analisou 703 processos de presos da Penitenciária Juiz Plácido de Souza em Caruaru, no Agreste de Pernambuco. O mutirão teve início em 1º de agosto e terminou nesta quinta-feira (11). Ao todo, nove defensores participaram da ação. Os processos geraram 211 pedidos ao judiciário, que incluem - dentre outras solicitações - habeas corpus e relaxamentos de prisões, conforme a defensoria.
Duas rebeliões aconteceram na unidade, uma no sábado (23) e a outra na segunda-feira (25), deixando seis mortos e 21 feridos, segundo a Polícia Militar.
O defensor público José Moraes, disse que houve dois critérios para análise dos processos referentes aos presos efetivos e provisórios. "Quanto aos presos definitivos, o critério eram presos que tinham pedidos de benefícios iminentes", explicou em entrevista à TV Asa Branca.
Sobre os presos provisórios, ele afirmou que o critério estabelecido foi referente à análise dos processos. "Se o processo fosse de Caruaru, como o município dispõe de defensores, a gente deixou de fora. Fizemos atendimentos a outras cidades. Fizemos uma lista por ordem alfabética e a partir dessa lista atendemos eles".
A juíza da terceira vara criminal de Caruaru, Orleide Rosélia, disse que "as cadeias foram muito desativadas e Caruaru tem presos de toda região.
A defensoria pública fez um levantamento por área. E esse mutirão visa, antes de tudo, fazer um diagnóstico da real causa do encarceramento que não tem resolvido a criminalidade".
1.700 presos em 381 vagas
Após as duas rebeliões registradas, a Penitenciária de Caruaru continua superlotada. De acordo com a Seres, a unidade tem capacidade para 381 presos e agora tem - aproximadamente - 1.700 detentos.
Duas rebeliões foram registradas na penitenciária: uma no dia 23 e outra no dia 25 de julho. De acordo com a Polícia Militar, além dos seis detentos mortos, outros 21 ficaram feridos.
'Cenário de destruição'
Após ser impedida por duas vezes de entrar no presídio de Caruaru, o Conselho Estadual de Direitos Humanos fez uma visita à unidade na manhã da quarta-feira (3).
De acordo com a vice-presidente Edna Jatobá, foi encontrado um "cenário de destruição" na penitenciária. Segundo ela, os presos feridos estão sendo atendidos de forma improvisada nas salas de aula da unidade prisional.
Ao G1, ela afirmou que "as celas são insalubres, alguns presos não têm colchão e há celas que não tem janelas".
Segundo ela, a estrutura do presídio ainda não foi recomposta e "os maiores problemas ainda são a superlotação e a falta de remédios, que foram perdidos durante o incêndio".
Do G1 Caruaru