Defesas alegam que acusados não participaram da morte de Marcolino.
As defesas dos dois suspeitos na morte do jornalista Marcolino Junior alegaram que eles não participaram do crime. Na audiência instrução realizada nesta segunda-feira (29) em Caruaru, no Agreste de Pernambuco, foram ouvidas dezenove testemunhas de acusação e três de defesa. Segundo o juiz Ildemar de Morais, ainda faltam duas testemunhas para serem ouvidas.
José Cordeiro Menezes, advogado de Davi Fernandes - assessor pessoal e suspeito de mandar matar o jornalista - afirmou que "nossa defesa é totalmente negativa de autoria". Ele disse ainda que nenhuma testemunha acusa Davi.
Já a defesa de Rafael Leite alega inocência. Segundo o advogado Gustavo Moraes, "nenhuma testemunha reconheceu ele nem a participação dele.
Inclusive as testemunhas que estiveram no local do crime, que seria o motel". Moraes disse que testemunhas que chegaram a ver quem cometeu o crime não reconheceram Rafael.
A audiência de instrução do processo sobre o assassinato do jornalista encontrado morto em 18 de abril foi realizada no Fórum de Caruaru. De acordo com o Tribunal de Justiça de Pernambuco, este é o último procedimento da fase introdutória, onde serão colhidas provas orais.
Os dois suspeitos de participação no crime serão julgados por homicídio qualificado, furto, destruição, subtração e ocultação de cadáver. O processo tramita no Tribunal do Júri.
'Era uma joia que Jesus me deu'
Luzinete Adelina da Silva, mãe de Marcolino Junior, falou sobre a morte do filho. "A saudade é grande, não posso esquecer meu filho, porque era uma joia que Jesus me deu. Quando eles fizeram essa maldade com meu filho, deveriam ter pensado em mim, que eu era a mãe, era a dor que eu ia sentir. Era a dor que eu ia ficar para sempre".
Morto a facadas
O jornalista Marcolino Junior foi morto a facadas dentro de um quarto de motel em Caruaru, conforme a conclusão do inquérito policial que investigou o assassinato. De acordo com a Polícia Civil, o executor do crime foi o suspeito preso após tentar vender o veículo do colunista social.
O corpo do jornalista e colunista social foi encontrado no dia 18 de abril, na zona rural de Sairé, no Agreste do estado. Ele estava desaparecido desde o dia 16.
A perícia apontou que o suspeito deu um golpe de jiu-jítsu na vítima e cerca de três golpes de faca. A causa da morte foi o "choque hemorrágico causado por ferimento perfuro-cortante". O instrumento utilizado foi encontrado em São Caetano, na casa de uma mulher com quem o suspeito tinha um relacionamento.
Foram encontrados sangue no travesseiro do quarto e nas escadas do motel. Segundo o delegado Marcio Cruz, o corpo da vítima foi transportado no porta-malas do carro do próprio Marcolino. Em seguida, foi desovado em um matagal. "Temos provas concretas para afirmar que [o homem que tentou vender o carro] agiu sozinho dentro do motel. Ele matou e colocou o corpo de Marcolino na mala do carro", ressaltou o delegado.
Assessor pessoal era mandante
A investigação da Polícia Civil também concluiu que o assessor pessoal de Marcolino teria sido o mandante do crime. Segundo os delegados, ele monitorou toda a ação executada pelo outro suspeito preso.
A polícia acredita que um dos motivos para o assassinato foi o interesse do assessor pessoal nos bens da vítima. "Ouvimos [o assessor de Marcolino] e constatamos que ele reclamava constantemente do salário que recebia. Ele se mostrava insatisfeito por receber R$ 200 por semana", informou ao G1 o delegado Marcio Cruz, no início das investigações.
O delegado Bruno Vital informou ao G1 que os dois suspeitos serão processados. "O assessor será indiciado por latrocínio. Já o executor será indiciado por latrocínio e ocultação de cadáver", disse.
Do G1 Caruaru